quinta-feira, 21 de junho de 2012

Amor e medo.

       Casimiro de Abreu

    Quando eu te vejo e me desvio cauto
    Da luz de fogo que te cerca, ó bela,
    Contigo dizes, suspirando amores:
    — "Meu Deus! que gelo, que frieza aquela!"

    Como te enganas! meu amor, é chama
    Que se alimenta no voraz segredo,
    E se te fujo é que te adoro louco...
    És bela — eu moço; tens amor, eu — medo...

    Tenho medo de mim, de ti, de tudo,
    Da luz, da sombra, do silêncio ou vozes.
    Das folhas secas, do chorar das fontes,
    Das horas longas a correr velozes.

    O véu da noite me atormenta em dores
    A luz da aurora me enternece os seios,
    E ao vento fresco do cair das tardes,
    Eu me estremece de cruéis receios.

    É que esse vento que na várzea — ao longe,
    Do colmo o fumo caprichoso ondeia,
    Soprando um dia tornaria incêndio
    A chama viva que teu riso ateia!

    (...)

    Diz: — que seria da pureza de anjo,
    Das vestes alvas, do candor das asas?
    Tu te queimaras, a pisar descalça,
    Criança louca — sobre um chão de brasas!

    No fogo vivo eu me abrasara inteiro!
    Ébrio e sedento na fugaz vertigem,
    Vil, machucara com meu dedo impuro
    As pobres flores da grinalda virgem!

    Vampiro infame, eu sorveria em beijos
    Toda a inocência que teu lábio encerra,
    E tu serias no lascivo abraço,
    Anjo enlodado nos pauis da terra.

    Depois... desperta no febril delírio,
    — Olhos pisados — como um vão lamento,
    Tu perguntaras: que é da minha coroa?...
    Eu te diria: desfolhou-a o vento!...

    Oh! não me chames coração de gelo!
    Bem vês: traí-me no fatal segredo.
    Se de ti fujo é que te adoro e muito!
    És bela — eu moço; tens amor, eu — medo!...

Minh'alma é triste


Casimiro de Abreu

Minh'alma é triste como a rola aflita
Que o bosque acorda desde o alvor da aurora,
E em doce arrulo que o soluço imita
O morto esposo gemedora chora.

E, como a rôla que perdeu o esposo,
Minh'alma chora as ilusões perdidas,
E no seu livro de fanado gozo
Relê as folhas que já foram lidas.

E como notas de chorosa endeixa
Seu pobre canto com a dor desmaia,
E seus gemidos são iguais à queixa
Que a vaga solta quando beija a praia.

Como a criança que banhada em prantos
Procura o brinco que levou-lhe o rio,
Minha'alma quer ressuscitar nos cantos
Um só dos lírios que murchou o estio.

(...)
Minh'alma é triste como a flor que morre
Pendida à beira do riacho ingrato;
Nem beijos dá-lhe a viração que corre,
Nem doce canto o sabiá do mato!

E como a flor que solitária pende
Sem ter carícias no voar da brisa,
Minh'alma murcha, mas ninguém entende
Que a pobrezinha só de amor precisa!

Amei outrora com amor bem santo
Os negros olhos de gentil donzela,
Mas dessa fronte de sublime encanto
Outro tirou a virginal capela.

Oh! quantas vezes a prendi nos braços!
Que o diga e fale o laranjal florido!
Se mão de ferro espedaçou dois laços
Ambos choramos mas num só gemido!

Dizem que há gozos no viver d'amores,
Só eu não sei em que o prazer consiste!
— Eu vejo o mundo na estação das flores
Tudo sorri — mas a minh'alma é triste!

(...)

Ai! loucos sonhos de mancebo ardente!
Esp'ranças altas... Ei-las já tão rasas!...
— Pombo selvagem, quis voar contente...
Feriu-me a bala no bater das asas!

Dizem que há gozos no correr da vida...
Só eu não sei em que o prazer consiste!
— No amor, na glória, na mundana lida,
Foram-se as flores — a minh'alma é triste!

Casimiro de Abreu



Casemiro de Abreu (1839-1860) escreveu pouco, mas, seu lirismo de adolescente retratado em sua poesia, que girava em torno do amor, da tristeza da vida, da saudade da Patria, e da saudade da infancia, o tornou o poeta mais popular da literatura brasileira. Viveu uma vida boemia, contraiu tuberculose, e foi para Nova Friburgo procurando a cura, porém não resiste a doença e acaba morrendo no dia 18 de outubro de 1860, em Nova Friburgo, RJ.







Segunda faze do romantismo.


Conhecida como mal do século, neste período destacavam-se características como a valorização morte, o satanismo, a vida boemia, os prazeres noturnos, o pessimismo, amores levados ao extremo, a tristeza, visão decadente  de uma sociedade, presença do mistério e do sobrenatural, fuga da realidade, narcisismo, egocentrismo, angustia, necrofilia ...


quarta-feira, 9 de maio de 2012

MULHER - Projota

Ela nem ligou pro patrão, deixou o véio na mão e foi pra rua espairecer
Buscar uma solução pros problema que ela tinha, deu um giro na cidade quando decidiu me ver
Bateu no meu portão, com lagrimas no rosto, quase que eu sinto o gosto quando lembro dela assim
Me abraçou apertado, num gesto desesperado, saudade mútua ela se entregou pra mim

E disse que nao ta bem,
Fez meu olho brilhar dizendo que ta foda em casa e que os problema tao demais,
Capaz de se jogar no mundão
Sem noção nenhuma do que pensa ou faz
E eu disse então meu bem...
Você sabe que eu sempre te quis, que bom que veio me procurar
Se quiser desabafar fica a vontade, mas com toda essa saudade eu nem vo te deixar falar

Mulher... tu sabe o que eu vo te dizer
Os seus problema a gente tem que resolver
Mas deixa pra amanhã (deixa pra amanha)
Porque hoje eu vo te fazer....
Mulher...

Ela levanta antes de mim, capricha a maquiage só pra me agradar
Menina a sina da minha vida é ver que a minha mina eh linda
Quando a gente vai dormir e ainda é quando acordar (ah sei lá)
Ela é um poço de qualidade e defeito, e cada jeito dela é uma emoção
Toda mulher causa um efeito que esconde que seu corpo perfeito
É só um convite pro que ela tem no coração

E ela disse que nao ta bem
Fez o meu olho brilhar dizendo que ta foda em casa e que os problema tao demais,
Capaz de se jogar no mundão
Sem noção nenhuma do que pensa ou faz
E eu disse então meu bem
Ce sabe que eu sempre te quis, que bom que veio me procurar
Se quiser desabafar fica a vontade, mas com toda essa saudade eu nem vo te deixar falar

Mulher... tu sabe o que eu vo te dizer
Os seus problema a gente tem que resolver
Mas deixa pra amanhã (deixa pra amanha)
Porque hoje eu vo te fazer....
Mulher...

Se eu demorar, me espera, se eu te enrolar, me empurra
Se eu te entregar, aceita, se eu recusar, me surra
Se eu sussurrar, escuta, se eu balançar, segura
Se eu gaguejar, me entende, se eu duvidar, me jura
Se eu for só teu, me tenha, se eu num for, me larga
Se eu te enganar, descobre, se eu te trair, me flagra
Se eu merecer, me bate, se eu me mostrar, me veja
Se eu te zuar, me odeia, mas se eu for bom, me beija
Se tu ta bem, eu to, se tu num ta, tambem...
Não to legal, não to, pergunto o quê que tem
Tu diz que ta tranquila, mas eu sei que tu num ta
Tu ta bolada filha, vamos desembolar
Se eu te amar, me sente, se eu te tocar, se assanha
Se eu te olhar, sorria, se eu te perder, me ganha
Se eu te pedi, me da, se for brigar, pra que?
Se eu chorar, me anima, mas se eu sorri é por você

Mulher... tu sabe o que eu vo te dizer
Os seus problema a gente tem que resolver
Mas deixa pra amanhã (deixa pra amanha)
Porque hoje eu vou te fazer....
Mulher...


Mulheres são, o que são
E não o que nós queremos que elas sejam
Por isso mulheres são a razão e a fração no mundo
Que os homens mais desejam.

9ª Sinfonía - Beethoven

Freude, schöner Götterfunken,
Tochter aus Elysium,
wir betreten feuertrunken,
Himmlische, dein Heiligtum!
Deine Zauber binden wieder,
was die Mode streng geteilt:
alle Menschen werden Brüder,
wo dein sanfter Flügel weilt.
Wem der grosse Wurf gelungen,
eines Freundes Freund zu sein,
wer ein holdes Weib errungen,
mische seinen Jubel ein!
Ja, wer auch nur eine Seele
sein nennt auf dem Erdenrund!
Und wer's nie gekonnt, der stehle
weinend sich aus diesem Bund!

Freude trinken alle Wesen
an den Brüsten der Natur,
alle Guten, alle Bösen
folgen ihrer Rosenspur.
Küsse gab sie uns und Reben,
einen Freund, geprüft im Tod;
Wollust ward dem Wurm gegeben,
und der Cherub steht vor Gott.

TENOR ALLEINFLUG UND KEHRREIM
Froh, wie seine Sonnen fliegen
durch des Himmels prächt'gen Plan,
laufet, Brüder, eure Bahn,
freudig, wie ein Held zum Siegen!

KEHRREIM
Freude, schöner Götterfunken,
Tochter aus Elysium,
wir betreten feuertrunken,
Himmlische, dein Heiligtum!
Deine Zauber binden wieder,
was die Mode streng geteilt:
alle Menschen werden Brüder,
wo dein snafter Flügel weilt.

Seid umschlungen, Millionen!
Diesen Kuss der ganzen Welt!
Brüder, überm Sternenzelt
muss ein lieber Vater wohnen.

Ahnest du den Schöpfer, Welt?
Such ihn überm Sternenzelt!
Über Sternen muss er wohnen.

Freude, schöner Götterfunken,
Tochter aus Elysium,
wir betreten feuertrunken,
Himmlische, dein Heiligtum!
Seid umschlungen, Millionen!
Diesen Kuss der ganzen Welt!
Ihr stürzt nieder, Millionen?
Ahnest du den Schöpfer, Welt?
Such ihn überm Sternenzelt!
Brüder, überm Sternenzelt
muss ein lieber Vater wohnen!

Freude, Tochter aus Elysium,
deine Zauber binden wieder,
was die Mode streng geteilt!
Alle Menschen werden Brüder,
wo dein sanfter Flügel Weilt.

Seid umschlungen, Millionen!
Diesen Kuss der ganzen Welt!
Brüder, überm Sternenzelt
muss ein lieber Vater wohnen.

Freude, schöner Götterfunken,
Tochter aus Elysium,
Freude, schöner Götterfunken!